A Pipocas Cianorte atende desde o pipoqueiro da pracinha até as grandes redes de cinemas
Quem compra um pacote de pipoca, seja na rua, durante uma fome repentina, ou no cinema, para forrar a barriga durante o filme, tem grandes chances de consumir um produto da Pipocas Cianorte. Fundada há 43 anos, na pequena cidade de Tuneiras do Oeste, no Paraná, a empresa é especializada em tudo que se relaciona a pipoca.
Amilton Andrade, 52 anos, é um dos empreendedores à frente do negócio, junto com outros três irmãos. Diretor comercial da empresa, ele conta que a Pipocas Cianorte fornece o milho de pipoca para mais de 50% das salas de cinema do país e vende produtos para mais de sete mil pipoqueiros, espalhados por vários estados. “Atendemos também parques, circos, quiosques e empresas de eventos”.
A empresa, que está estabelecida em São Paulo desde 1973, tem cerca de duzentos funcionários. Segundo Andrade, todos especializados em pipoca. Eles são responsáveis pela produção e venda do milho de pipoca e outros produtos. Entre eles estão caixinhas, o sal, o óleo para a fritura, o preparado para pipocas doces e pipoqueiras.
“A gente só não vende o carrinho. Mas, se o cliente for na nossa loja em busca de um, indicamos os melhores fabricantes”, diz Andrade, durante entrevista na Feira do Empreendedor SP. “Na mão ele não vai ficar. Eu te garanto”.
Andrade vive o mundo da pipoca desde criança. Quando conversa sobre o produto, dá a mesma importância para pipoqueiros de praça que dá para cinemas que contam com modernas pipoqueiras capazes de fazer quilos e mais quilos do produto. “Não faço distinção porque todos são clientes”, diz.
Mercado imune
Nunca se comeu tanta pipoca no Brasil, afirma Andrade.
“O Brasil é o segundo maior consumidor de pipocas do mundo. Só perde para os Estados Unidos”, diz.
Segundo Andrade, os brasileiros comem hoje cerca de 200 mil toneladas de milho para pipoca. Há 20 anos, o consumo não passava de 100 mil de toneladas. “A popularização do cinema ajudou o setor”, diz o empreendedor, que não revela o faturamento da empresa e nem quanto vende por ano.
Questionado se o momento ruim da economia poderia impactar negativamente as vendas, Andrade não demonstra preocupação. “As crises nos geram oportunidades de negócios”. Muita gente que perde o emprego, diz Andrade, procura empreender. E um dos negócios mais procurados é o de pipocas, cujo carrinho custa, em média, R$ 1,5 mil. “Se o pipoqueiro estiver num bom ponto e vender 60 caixinhas por dia, ele pode lucrar entre R$ 2,5 mil a R$ 5 mil”.
Tecnologia
A Pipocas Cianorte tem milhos específicos para pipoqueiras elétricas, de micro-ondas e pipoqueiras tradicionais, que fritam o grão. Eles são específicos porque são de linhagens diferentes.
Segundo Andrade, a empresa importa as sementes dos Estados Unidos. Há uma razão. O mercado americano investe milhões de dólares em pesquisas para conseguir ter uma pipoca de qualidade. “A gente vai atrás dessas sementes e “tropicalizamos” o grão, assim conseguimos também ter pipocas saborosas no mercado brasileiro”, afirma.
E foi numa dessas pesquisas que a empresa chegou a um novo produto, a pipoca gourmet, que é feita com um tipo de milho especial frito em ar superquente com iguarias. O produto, que será oferecido em oito sabores, terá preço médio de R$ 10 e foi desenvolvido em conjunto com o chef Cesar Yokio.
Foram cinco anos de pesquisa, muitas viagens à Europa e aos Estados Unidos e experimentações para fazer a pipoca, que vem embalada numa caixinha com muito estilo. Afinal, diz Andrade, ela é gourmet de verdade em todo o processo de fabricação.